sábado, 7 de janeiro de 2023

O USO DO DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO

O diagnóstico psiquiátrico pode ser de dois tipos: 1-Diagnóstico-essência. 2-Diagnóstico-função.No primeiro caso, ele remete a uma suposta "natureza" que formaliza os afetos e as crenças sob um regime identitário: ele é esquizofrênico, ele é psicótico, ele é histérico etc. Tal enunciado articula-se com a forma-psiquiatria (não a especialidade médica, mas a instituição) que valida e executa a clínica. Em tempos atuais, seria uma bio-neuro-clínica. No segundo caso, o diagnóstico remete à terapêutica como função clínica voltada à autonomia psicossocial. Implica em considerar o Encontro (conexão de afetos) precedendo o Exame do paciente. Sendo assim, qualquer enunciado é válido desde que remeta a processos singulares (subjetividades) e "quebrem" o diagnóstico em favor de novos efeitos de sentido, outras semiologias. Se se fala, por exemplo, "transtorno bipolar", é buscada a relação vivida, vivencial, concreta, corporal, do diagnosticado com o diagnóstico. Em suma, são duas formas de trabalhar com o diagnóstico. Usá-lo como significante médico e ao mesmo tempo torná-lo expressão singular de uma produtividade ou improdutividade existenciais.

A.M.

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