sábado, 5 de outubro de 2013

POÉTICA DA CLÍNICA

(...)  Não há como se explicar aos cientistas.  O tecido poético cria muito antes da medição dos contornos da hipófise. É matriz e argamassa das construções exatas sobre o funcionamento dos neurônios do baixo clero. Precisamos de mais poesia, mais, até saturar os átomos da cabeça pensante. No entanto, o pesquisador acadêmico enuncia o veredicto das horas perdidas em conversas tolas. A condenação dirige o condenado às labaredas do inferno das psicoses, dos retardos e das  demências  irreversíveis. Toca o horror da  patologia, limpa a mesa cirúrgica com estabilizadores do humor.Assim fica fácil destruir subjetividades em nome da ciência. Sem metáfora.
(...)
A.M.

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