QUAL DEPRESSÃO?
O acréscimo de novos adjetivos ao substantivo “depressão” é infinito, pois as depressões são uma condição humana inscrita no processo vital. Ao mesmo tempo não existe uma identidade, um modelo de “ser humano”, a não ser o modelo outorgado pelos defensores do “humano” como medida de todas as coisas: os humanistas. Dentro de tal paradoxo, existiria uma espécie de “matriz” subjetiva das depressões? Uma base, uma invariante, uma condição primária –seja etiológica ou clinica - para o fenômeno depressivo? Ora, as vivências expressas por pacientes demonstram que não. Não existe a doença “depressão” e sim estados depressivos inseridos em linhas existenciais concretas. É o que chamamos de síndromes. Estas, como as vivências, precedem as depressões, conectando os estratos físico-químicos aos psíquicos e aos coletivos. Assim, uma atitude transdisciplinar se impõe na pesquisa. Do contrário o reducionismo cientificista vai exibir suas pinças assépticas, como no caso da psiquiatria biológica.
A.M.
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