quinta-feira, 30 de maio de 2024

QUAL DEPRESSÃO?

O acréscimo de novos adjetivos ao substantivo “depressão”  é infinito, pois  as  depressões   são  uma  condição humana inscrita no processo vital. Ao mesmo tempo não existe uma identidade, um modelo de “ser humano”, a não ser o modelo outorgado pelos defensores do “humano” como  medida de todas as coisas: os humanistas. Dentro de tal paradoxo, existiria uma espécie de “matriz” subjetiva das depressões? Uma base, uma invariante, uma condição primária –seja  etiológica ou clinica - para o fenômeno depressivo? Ora, as vivências expressas por  pacientes demonstram que  não. Não  existe a doença  “depressão”  e sim estados depressivos inseridos em linhas existenciais concretas. É o que chamamos de síndromes. Estas, como as vivências,  precedem as depressões, conectando os estratos  físico-químicos aos  psíquicos  e  aos  coletivos.  Assim, uma atitude transdisciplinar se impõe na pesquisa. Do contrário o reducionismo  cientificista  vai exibir suas pinças  assépticas,  como no caso da psiquiatria  biológica. 


A.M.

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