MÁQUINAS DE CONTROLE

A máquina da Academia pode ser comparada à máquina psiquiátrica. Ambas querem o controle dos seus pacientes e/ou alunos. O que as aproxima é a condição de súditos do capital. Isto significa ser equiparado a uma mercadoria, e desse modo, poder ser utilizado conforme os interesses do Mercado. Ou, dito de outro modo, súditos do capital são a produção de subjetividades igualizadas a uma forma e a uma fórmula total: competitividade, anulação das diferenças, subserviência consciente, ética do mercado (vitrine: quem são os melhores?), culpabilização subjetiva, destruição do sujeito de si mesmo, despolitização, incentivo ao cinismo, e por fim, o aniquilamento de toda capacidade crítica, apesar de vôos teóricos aparentemente refinados e progressistas prevalecerem em pesquisas anódinas e fúteis. A máquina da Academia, aliançada ao círculo do capital, não hesita em passar por cima dos seus adversários (alunos "rebeldes") desde que o objetivo maior seja o da manutenção do poder estabelecido por saberes e metodologias. Confira: universidades públicas e particulares de variados matizes se aproximam, se aliam, se amam quando se trata de medir a produtividade do aluno pelo bem do progresso do Conhecimento inteiramente isolado dos problemas reais da população. Do outro lado (que é o mesmo lado), na máquina psiquiátrica os dissidentes são rapidamente considerados esquizofrênicos. Ou inúteis, Tudo mais rápido e massacrante. E haldolizante. No entanto, a lógica é uma só: banir a diferença, expulsar os diferentes, afirmar o Mesmo, defender a corporação dos egos (psiquiatras remedeiros e professores fascistas,  ó quão iguais...). Pelo bem da nação.

A.M.