MATAR
(...) Onde agora? Onde? Tenho uma casa de campo, tenho um diamante do tamanho de um ovo de pomba... Eu pintava os olhos diante do espelho, tinha um compromisso, vivia cheia de compromissos, ia a uma boate com um banqueiro. Enrodilhada na cama, ele tocava na surdina. Meus olhos foram ficando cheios de lagrimas. Enxuguei-os na fralda do saxofone e fiquei olhando para a minha boca que achei particularmente fina. Se voce me ama mesmo, eu disse, se você me ama mesmo entao saia e se mate imediatamente.
(...)
Lygia Fagundes Telles
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