SIGNOS À TOA
(...)O psiquiatra trabalha sem saber de si. Os olhos da loucura arregalam a manhã para além dos muros. Interiores. Ele sabe que não sabe o instante seguinte, ou onde estará o companheiro Karl. Marx! Marx! Suas pesquisas incluem a dor de existir tão profunda quando a aparência dos que vivem das batidas incertas do mundo. Alguma coisa empurra o humor não psiquiátrico para uma alegria suspensa no ar. Sem garantias, sem promessas, sem salvação. Companheiros de textos constroem em sua carne espiritual infinitos à mão. Entre si olham retinas ainda não cansadas nem cadastradas pelos ardis da miséria.Uma máquina de fazer o cosmos, no mais rente ao chão, se esboça.O psiquiatra fala do passado para construir pedaços dispersos da memória vã. Ele ri sem motivo o motivo do riso.
A.M.
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