UM ENCONTRO
Após a defesa Deleuze teve de se submeter a uma operação muito delicada, uma toracoplastia. A partir de então, ele possui um único pulmão, o que o condena a perfusões constantes e uma insuficiência respiratória até o fim de seus dias […] É no vazio desse momento de debilitação vital e de afastamento obrigatório que Deleuze encontra Guattari. Sem Maio de 1968, esse encontro não poderia ter ocorrido. O acontecimento de 1968 operou neles algo como uma ‘ruptura instauradora’ […] O Anti-Édipo, se enraíza no movimento de maio: ela tem a marca da efervescência intelectual do período. Comentando a publicação dessa primeira obra comum, Guattari confirma tal ancoragem: ‘maio de 68 foi um abalo para Gilles e para mim, como para tantos outros: não nos conhecíamos, mas esse livro, atualmente, é uma continuação do movimento”
– François Dosse, Deleuze & Guattari, Biografia Cruzada, p. 153
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