O QUE É UMA PSIQUIATRIA MENOR?
É uma psiquiatria da alma. Não a alma usada nas religiões, mas a alma do mundo das coisas, a que se desloca veloz e invisível: o pensamento. A psiquiatria cuida disso. Ou deveria. Pelo menos, quando sai dos trilhos...
Uma psiquiatria menor busca captar o paciente através de percepções finas e encontrá-lo onde jamais alguém o encontrou. Uma ética de força e criação guia suas ações, mesmo as farmacológicas.
Seu instrumento de pesquisa e intervenção prática (clínica) é uma psicopatologia aberta às mil influências (saberes) do que está longe e ao mesmo tempo muito perto. O objetivo é sondar o fora, não como espaço físico mas como ligação invisível ao cosmos aqui em terra firme. É uma psiquiatria do real.
Considera antes de tudo, os corpos-em-relação, os corpos-em-vibração, o que move o paciente e o técnico: afetos.
Nesta concepção, a política existe como trama de poder na qual a clínica está incluída. Para além ou aquém do regime binário direita/esquerda, tal visão clínica é apaixonada pela diferença, pela singularidade e pelo múltiplo.
Uma psiquiatria menor é grande. Psiquiatras neuro-maníacos lhe são estranhos.
A.M.
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