terça-feira, 1 de novembro de 2022

Como identificar o fascismo? Uma introdução

Antes de tudo é preciso partir da análise dos microfascismos. São produções metastáticas (na oncologia se diz:  tumores secundários se desgarram do tumor primário) que seguem o rumo/ritmo de destruições múltiplas da vida. Há um fascismo maior (histórico) do Estado, dos partidos políticos, da grande política, etc,  que não existiria sem os  tumores subjetivos. Eles o fazem letal. O conceito de fascismo ( grande grito de "viva a morte") opera nas relações sociais como combustível de enunciados simples, inclusive e principalmente os do cotidiano. Pode até usar o humor (que importa?) mas das suas entrelinhas exala um cheiro de cadáveres gordos.  Usa o universo tecnológico da internet como campo hiper-veloz onde são editadas palavras-de-ordem encharcadas de ódio. Assim, o que antes importa dizer é que tais discursos convivem com mil outros: religiosos, filosóficos, científicos, acadêmicos, jornalísticos, todos supostamente voltados ao Bem. Em suma, o fascismo como método e estilo de viver trabalha nos mil disfarces da produção textual. Só assim ele "pega". 

A.M.

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