NA CONTRA-CORRENTE
Na clínica da diferença em psiquiatria, o conceito de desejo "empurra" o processo terapêutico para um tempo de instabilidades existenciais. Isto significa considerar 1-a subjetividade como o mundo social que se expressa em sintomas clínicos; 2-o tempo como passagem, travessia, devir, irreversibilidade. Portanto, o que está "doente" é, antes, o mundo em que o paciente vive, o qual, na verdade, é ele mesmo. Este mundo é uma trama de instituições que dá forma e consistência afetiva à subjetividade. Produz sentido, mesmo o mais torpe. Daí ser preciso, com sabedoria, prudência, técnica e delicadeza, dissolvê-lo em prol de linhas desejantes voltadas à criatividade. Trata-se da Arte, não como monumento ou mercadoria, mas como estilo, singularidade, o "viver" para além dos códigos estabelecidos. Quem arrisca?
A.M.
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