terça-feira, 9 de julho de 2013

ARTE DO ENCONTRO

(...) O  paciente como subjetividade é um processo composto por linhas  singulares que  se  misturam  umas às outras. O sistema global dessas linhas  compreende o que se chama de organismo, mais precisamente organismo  visível. A medicina tecnológica  referenda essa concepção exercitando a prova  dos  nove da  patologia ao fazer “ ver” a doença ou até mesmo ver a “ sua causa” como nos exames por imagem, nas cifras de exames de laboratório, etc. São  realidades clínicas úteis, sem dúvida, mas que esbarram diante de linhas subjetivas abstratas, daí, sem formas. A arte  pode  ser considerada  como   o meio, a  produção e o produto, a um só  tempo, destas  linhas  singulares que  compõem o paciente. O meio como caos irrecusável [1] para referências  existenciais de  sentido. Quem sou?  De  onde vim?  Para onde vou? A produção como movimento  de  expressão do  paciente  no mundo, mesmo que  seja  num mundo delirante, é o produto como o processo  coagulado,  termo  final...  “este sou   eu”.
(...)
A.M.

[1] “O caos  não é o  contrário do ritmo, é antes  o  meio de  todos  os meios”, Deleuze, G. e  Guattari, F., op. cit, vol. 5, p. 118.

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