sábado, 20 de julho de 2013

BASES DO FAMILIARISMO

(...) As determinações familiares se tornam a aplicação da axiomática social. A família se torna o subconjunto ao qual se aplica o conjunto do campo social. Como cada um tem um pai e uma mãe a título privado, é um subconjunto distributivo que simula para cada um o conjunto coletivo das pessoas sociais, que fecha o seu domínio e embaralha suas imagens. Tudo se rebate sobre o triângulo pai-mãe-filho, que ressoa, respondendo, "papai-mamãe", cada vez que é estimulado com as imagens do capital. Em resumo, Édipo chega: ele nasce no sistema capitalista da aplicação das imagens sociais de primeira ordem às imagens familiares privadas de segunda ordem.. Ele é um conjunto de chegada que responde a um conjunto de partida determinado. Ele é nossa formação colonial íntima que responde à forma de soberania social. Somos todos pequenas colônias e é Édipo que nos coloniza. Quando a família deixa de ser uma unidade de produção e de reprodução, quando a conjunção encontra nela o sentido de uma simples unidade de consumo, é pai-mãe que consumimos (...)

G. Deleuze  e F. Guattari - do livro O anti-édipo

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