Declínio do PT não favorece em nada o PSDB
O PT atravessa uma das piores crises de sua história. Desde o início das grandes manifestações de rua, em junho, a perda de apoio ao partido e ao governo da presidente Dilma Rousseff parece uma sangria desatada. Isso todo mundo já sabe. O fato curioso – e ainda pouco destacado dessa história – é que nada disso favorece diretamente seu maior inimigo, o PSDB.
Nas pesquisas sobre intenção de voto, os eleitores que estão deixando de declarar apoio a candidatos petistas não migram para as bandas tucanas. O que aumenta é o número de brancos, nulos e indefinidos (na última pesquisa Ibope/Estadão esse contingente quase duplicou).
Na avaliação do cientista político Ricardo Antunes, da Unicamp, a rebelião das ruas não foi direcionada a um partido específico, mas a todos que simbolizam o atual estado de coisas. “Foi um tsunami em relação aos partidos da ordem”, diz ele. Até agora, a única personalidade política que ganhou com a crise foi a ex-senadora Marina Silva, que ainda não tem partido.
Antunes observa que a queda livre nos índices de aprovação do governo da presidente Dilma nas pesquisas de opinião não resultou em qualquer crescimento de Aécio Neves, provável candidato do PSDB nas eleições de 2014. Em algumas pesquisas, o ex-governador mineiro, que tenta catalisar a oposição, até perdeu apoio.
“O PSDB está sem rumo”, diz o analista. “A situação de seu principal nome, o José Serra, permanece indefinida. O Aécio tem dificuldade para decolar porque não é um nome nacional. Mesmo que se acredite que será empurrado por votos de São Paulo e Minas, dois colégios eleitorais expressivos, o Brasil não se resume a isso.”
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Fonte: blog -Roldão Arruda, 23/07/2013
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