quinta-feira, 10 de outubro de 2013

DEVIRES INAUDITOS

(...) Os devires passam rente às lixeiras no subsolo das mentes por demais ocupadas consigo mesmas. Não concorde  com tudo.Finja  que  sim. Finja que  pensa. Acione dois  ou três dendritos e avise a certos neurônios que você tem algo a dizer. Não diga. Assuma o negativismo dos psicóticos incuráveis. Beije a mão do general e do papa travestidos de médicos. Eles compreenderão a sua humildade. A crítica  direta é pura simulação. Não ofende, não corta, não faz explodir. Contenha-se em sua inferioridade geneticamente instituída. Repita as frases, repita ao ponto de uma halitose civilizada se misturar ao formol dos cadáveres encaixotados em pets. Enfim, criticar é preciso desde que não se critique. Ou que a crítica seja um signo do horror político mostrado como ciência e salvação. Depois de tudo, arrisque um palpite, faça uma fezinha na loteria acadêmica. A mesma que abastece os exércitos pregando a paz no oriente médio. Experimente pensar.
(...)
A.M.

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