terça-feira, 31 de dezembro de 2013

QUESTÃO DE MÉTODO

Para uma clínica da diferença, o diagnóstico (preciso) de depressão é muito  importante. Até  (no mínimo)  para se poder responder a pergunta: é depressão? Ora, como a psiquiatrização da sociedade e da condição humana são uma realidade concreta dos tempos contemporâneos, vale discernir o que é e o que não é depressão. Por isso, talvez seja preciso dizer coisas simples: tristeza não é depressão. Depressão é em "essência",  o  esvaziamento energético do corpo sem órgãos em prol da hegemonia do corpo-organismo ( de onde a medicina extrai sua mais-valia de prestígio). Este organismo passa a ditar as regras  do existir. Elas se encaixam no crono-tempo, o tempo do capital, quando "não se pode perder tempo". Em resumo, o corpo-desejo e o tempo do devir são substituídos pelo organismo anátomo-funcional e pelo crono-tempo. Cota zero. Stop. A vida parou? Ou foi o automóvel?  disse Carlos, o poeta... quem acredita?

A.M. 

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