ATÉ O PESCOÇO
A produção de trantornos mentais segue o curso violento da sociedade do controle e de suas velocidades inconscientes e estonteantes. O uso de psicofármacos tornou-se uma sopa grudenta onde a química afasta o buraco negro da destruição existencial às custas de alucinações coloridas e coloríveis. Imerso na privada (clínica), ninguém nota ou sente o cheiro da Coisa, exceto o próprio paciente, coágulo exposto da doença rejeitada e assumida como um casaco para o frio. A clínica psicopatológica alarga o espectro das patologias e os governos contabilizam números para as próximas eleições.
A.M.
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