Presas em Havana a líder e 50 ativistas do movimento dissidente Damas de Branco
Mais de 400 ativistas dos direitos humanos foram detidas em Cuba nas últimas duas semanas
A líder do movimento dissidente Damas de Branco, Berta Soler, e outras cinco dezenas de mulheres que integram a organização foram detidas nesta sexta-feira quando tentavam realizar uma atividade em sua sede principal de Havana. É a segunda vez em menos de uma semana que os órgãos de segurança do castrismo prendem Soler e um numeroso grupo de companheiras. Segundo Soler informou horas antes de ser detida, algumas dessas mulheres se encontram “desaparecidas” desde a noite de quinta-feira.
No total, 56 integrantes das Damas de Branco foram presas entre a noite de quinta-feira e a tarde desta sexta (hora local), quando tentavam chegar à sua sede principal, localizada na rua Neptuno, em Havana, para participar do chá literário número 129 convocado pela organização. Horas antes de ser presa, a líder do movimento dissidente, Berta Soler, denunciou que funcionários da polícia política e da polícia nacional revolucionária de Cuba haviam ocupado as ruas ao redor do edifício para evitar a entrada das mulheres, e tinham levado consigo algumas delas.
“A primeira que prenderam foi a María Cristina Labrada e seu marido. Não sabemos onde está María Cristina desde a noite. Até agora temos relatado a prisão ou desaparecimento de 44 damas de branco. Mas, graças a Deus, 23 de nós pudemos chegar aqui e vamos fazer nosso chá literário”, informou Soler por meio de um telefonema divulgado nesta sexta-feira por órgãos da mídia cubana em Miami. Mais tarde, Soler presa com outras 12 mulheres.
Não havia transcorrido nem uma semana desde a última vez que a polícia levou Berta Soler e suas companheiras à detenção. Na segunda-feira, 19 de maio, os órgãos de segurança prenderam Soler, com mais 54 mulheres e 25 homens, quando o grupo se dirigia a uma delegacia policial para registrar uma denúncia por violência doméstica.
E também na véspera do Dia das Mães as Damas de Branco sofreram prisões massivas. Somente nas últimas duas semanas o Governo cubano empreendeu mais de 400 prisões por razões políticas contra dissidentes e defensores de direitos humanos, que logo depois são liberados, em questão de horas ou dias.
O assédio policial e as detenções massivas são comuns quando os grupos dissidentes que operam dentro de Cuba organizam algum evento para reivindicar direitos civis. Geralmente, os primeiros a chegar são os funcionários da polícia política, vestidos à paisana, e a eles se juntam “as brigadas de resposta rápida”: multidões de estudantes e trabalhadores aos quais o Governo ordena que saiam das escolas e empregos para boicotar as atividades “contrarrevolucionárias”, tal qual ocorreu nesta sexta-feira na rua Neptuno de Havana.
Fonte: El País
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