TODO DELÍRIO É COLETIVO
(...) Delirar é um processo cujo combustível é o desejo-produção. Ele explode os esquemas físico-químicos (que remédio prescrever? ), familiaristas ( quem é o culpado? ), dilemas da consciência ( ser ou não ser? ) ou as vicissitudes do eu ( quem sou?). Assim, o pensamento como cognição é muito pobre para expressar a subjetividade dita patológica. No entanto, a psiquiatria atual se serve dele numa Axiomática conectada ao modo de produção capitalista. É uma aliança embutida na fraseologia do tecno-especialismo. A ciência como teologia pacificada. Desaparecem as possibilidades de pensar diferente porque o pensamento está dado como cognição redundante do real. A psiquiatria não mais se pergunta o que é o real, de que realidade se trata. Gigantesco narcisismo, ela é o próprio real, a realidade atual tida como a melhor possível.
(...)
A.M.
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