A BUSCA DA DIFERENÇA
Concebemos a psiquiatria antes de tudo como uma instituição. É deste modo que ela empreende a pesquisa e o exercício da clínica, minorando sofrimentos e ajudando sujeitos a se reorganizarem psiquicamente. Mas é também deste modo que ela desenvolve e exerce práticas de segregação e violência. Por isso não é recomendável substancializá-la como sendo uma coisa nem considerá-la possuidora de uma “ natureza”. Ela é, isto sim, processo histórico-social inserido em formações subjetivas concretas. Para ser possível enxergar deste modo, partimos de outro lugar do pensamento, ainda que estejamos no mesmo lugar, que é o da clinica psicopatológica. Iremos ao que está fora das coordenadas da razão, o Aberto, para daí extrair acontecimentos, mesmo os menores, e, principalmente, quase imperceptíveis. Assim se descobrem mundos subjetivos insuspeitos de existir, e que produzem realidades radicalmente distintas das vigentes. É o universo da diferença.
(...)
A.M.
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