domingo, 12 de junho de 2022

SUBJETIVIDADE  DAS FORÇAS

A política é constituida por forças. Forças em relação com forças. Neste sentido, "tudo é política" desde que o elemento humano esteja presente. Em termos macrossociais (grandes conjuntos) e microssociais (pequenos conjuntos), a política funciona como um a priori das relações humanas. As forças se "ocultam" nas formas sociais, muitas delas produtivas e necessárias, digamos, a um bom viver. É o caso da família, instituição muito antiga que "garante" a continuidade de outras instituições como a do eu, da subjetividade, da sexualidades, entre outras. Um axioma se impõe: toda instituição (cujo combustível é o poder) só funciona em  relação com outras instituições, formando redes de conexões imprevisíveis ao pensar humano. Mesmo na composição do organismo humano (o fenótipo) e do corpo invisível (o sem modelo), instituições-força se relacionam muito mais para compor, conectar e não para destruir.  Assim, há ambiguidade no cerne do processo institucional. Não há "Bem "  ou "Mal" e sim usos de afirmação ou negação da vida. Dissecar essas linhas não é fácil e por vezes impossível. Tudo conduz a prática politica à análises finas das forças em jogo. Desde um conflito entre Estados nacionais até uma separação conjugal litigiosa, as forças são essencialmente fluidas e ambíguas à serviço de interpretações descoladas (ou não) do real segundo os interesses em jogo. Podemos então chamar tal processo de micropolítico, mesmo que seja uma crise do STF por exemplo. Ele traz o quantum desejante que move os corpos na relação entre si. A moral  está aí, mesmo que a negue, principalmente se a negar.

 

A.M.

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