COMO SER DE ESQUERDA (NO BRASIL) - parte 1
Não considerar a esquerda uma entidade, uma empresa, uma organização, um partido.
Nem mesmo um governo.
Percorrer a história do Brasil na ponga de uma "elite do atraso". Vomitar o tempo.
Descer aos porões do pariarcalismo: cultivar um estado permanente de horror e revolta.
Verificar os índices atuais de pobreza, miséria e fome. Sair das estatísticas do banco central. Entrar no inferno.
Amar as mulheres, não pelo que são, mas pelo que querem.
Sentir as minorias (negros, indígenas, operários, crianças, gays, e tanto mais) como potências silenciadas.
Diferenciar justiça e ética. A escravatura foi legal. Espíritos sensíveis não escapam da vergonha...
Relativizar a ciência. Afinal, sem ela, não haveria Hiroshima ou os cálculos da Economia.
Como se cuidasse de si, trabalhar com loucos, autistas, artistas, deprimidos e suicidas.
Esquecer Marx. Lembrar e usar seu texto de alma revolucionária. Cultivar a alegria simples e ingênua.
A.M.
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