sábado, 1 de julho de 2023

Ensaios sobre a diferença - I

Em tempo capitais, a diferença parece inexistir. Do que se trata? O que se passa? O que se passou? Perguntas sem sujeito e sem resposta. Elas boiam num oceano vazio. O mundo atual é um mundo demasiado semelhante, demasiado igual. Torpe, raso, cínico.  Por toda a parte circulam mercadorias da alma exausta. A diferença percebe esse mundo estranho onde ela não mais se reconhece, exceto por um fiapo de vida solto nos infinitos da mente sofrida. Andei por lados contrários à racionalidade triunfante e a diferença se fez carne. Me perguntei ó idiota. Nada há mais a cobrar da consciência esclarecida. Fui à "igreja" dos homens de bem. Deus acabou seus dias como mercadoria e milagre.   Murchou a glória dos homens suaves. Não há mais homens... A diferença incorporou esse dado estatístico nas entranhas de um corpo intenso e intensivo.  Ainda bem que um coração exangue anuncia a prática da resistência... à infâmia, à vergonha e à morte...


A.M. 


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