UMA TEMPORADA NO INFERNO
Antigamente, se bem me lembro, minha vida era um festim no qual todos os corações exultavam, no qual corriam todos os vinhos.Uma noite, sentei a Beleza em meus joelhos. - E achei-a amarga. - E injuriei-a.
Armei-me contra a justiça.Fugi. Ó feiticeiras. ó miséria, ó ódio, a vós é que foi confiado o meu tesouro!
Tudo fiz para que se desvanecesse em meu espírito a esperança humana.Como um animal feroz, investi cegamente contra a alegria para estrangulá-la. Conjurei os verdugos para morder, na minha agonia, a culatra de seus fuzis.Conjurei as pragas, para afogar-me na areia, no sangue. Fiz da desgraça a minha divindade. Refocilei na lama. Enxuguei-me ao ar do crime. E preguei boas peças à loucura.
(...)
A. Rimbaud
Lembro-me de ter ouvido isso quando fui assistir Baal, tinha 19anos, em meu aniversário. De Harildo Déda. Esse poema eu guardei desde então... e ainda tenho no mural. Logo vou publicar sobre essas reminiscências de adolescente. Muito bom ver quem mais goste...
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