sexta-feira, 15 de novembro de 2013

PRIMEIRA IMPRESSÃO

O poema novo é dos insurgentes.
Surdo, subterrâneo
e somente eles o escutam.
Não parece poema, parece
que todos podem escrevê-lo
mas não o escrevem
nem o escreverão nunca.

Não tem cabeça e pé
princípio ou fim definidos
mas não são sem pé nem cabeça.
Tem peito, plexo solar, e dois
dedos de prosa quebrados.
Só vai ser poesia, depois.
Quando muitos o terão lido
relido e estabelecido.

Armando Freitas Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário