PRIMEIRA IMPRESSÃO
O poema novo é dos insurgentes.
Surdo, subterrâneo
e somente eles o escutam.
Não parece poema, parece
que todos podem escrevê-lo
mas não o escrevem
nem o escreverão nunca.
Não tem cabeça e pé
princípio ou fim definidos
mas não são sem pé nem cabeça.
Tem peito, plexo solar, e dois
dedos de prosa quebrados.
Só vai ser poesia, depois.
Quando muitos o terão lido
relido e estabelecido.
Armando Freitas Filho
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