sexta-feira, 15 de agosto de 2014

OUTRA POLÍTICA

(...) A fronteira, isto é,a linha de variação não está entre senhores e ecravos nem ricos e pobres. Porque, entre uns e outros se tece um regime de relações e de oposições que fazem do senhor um escravo rico,do escravo um senhor pobre no seio de um mesmo sistema majoritário.A fronteira não se encontra dentro da História, nem mesmo no interior de uma estrutura estabelecida, nem dentro do "povo".Todo mundo fala em nome do povo,em nome da linguagem majoritária, mas onde está o povo?"O que falta é o povo".Na verdade,a fronteira está entre a História e o anti-historicismo, isto é, concretamente,"aqueles que a História não leva em conta".Ela está entre a estrutura e as linhas de fuga que a atravessam, entre o povo e a etnia. A etnia é o minoritário, a linha de fuga na estrutura, o elemento anti-histórico dentro da História.
(...)
Gilles Deleuze in Um manifesto de menos

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