DELÍRIO-PRODUÇÃO
Falamos da subjetividade-em-processo: "seu" delírio é uma produção do desejo. Ou melhor, o delírio é o desejo como produção, o desejo-produção, ao invés do desejo-produto, o desejo como produto. A produção é o trabalho abstrato (sem forma) de signos a-significantes. Isto se dá em e através de todos os corpos (humanos e inumanos) circulando livres e sem volta: um tempo irreversível. Trata-se de um real-vertigem, real-trágico onde, por isso mesmo, é mais confortável estabelecer territórios do eu e escrúpulos da consciência. Ora, a produção tanto pode ser a do horror, apocalipse, fim de mundo, como pode ser a da inocência das flores, da velocidade das crianças, da doçura das mulheres. Não há uma produção "boa" e uma produção "má". Tudo chega já misturado. Entrementes, a Mercadoria-produto, esta sim, a burguesia universal, se apresenta...
A.M.
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