LINHAS SINGULARES DA EXISTÊNCIA
(...) (...) São a materialidade subjetiva do individuo, a qual compreende elementos visíveis e invisíveis; ela sempre acontece no plural. São muitas linhas singulares funcionando num movimento incessante. O organismo visível fornece o lastro concreto para uma subjetividade. Contudo, ele é composto por partes infinitamente divisíveis as quais chamamos corpo.O organismo não é o corpo. Este ultrapassa os limites do organismo de onde a medicina extrai a sua mais-valia de prestígio. As linhas singulares inscrevem-se num corpo não imediatamente visível nem tampouco separado do meio por uma linha de fronteira bem demarcada. Elas são antes de tudo micro-potências que impulsionam o funcionamento motor, afetivo, cognitivo, intelectual, existencial, enfim, tudo que signifique produção incessante de vida. O paciente é composto por elas e são elas que se expressam como devires. Um sintoma é uma linha singular, já que, apesar de ser signo de uma doença cadastrada na CID-10, ao mesmo tempo é expresso como território existencial.”Eu sou meu delírio”, “Eu sou minha tontura”, etc.
(...)
A.M.
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