COMO FAZER A DIFERENÇA?
(...) Tirar a diferença de seu estado de maldição parece ser, assim, a tarefa da filosofia da
diferença. Não poderia a diferença tornar-se um organismo harmonioso e relacionar a
determinação com outras determinações numa forma, isto é, no elemento coerente de uma
representação orgânica? Como "razão", o elemento da representação tem quatro aspectos
principais: a identidade na forma do conceito indeterminado, a analogia na relação entre
conceitos determináveis últimos, a oposição na relação das determinações no interior do
conceito, a semelhança no objeto determinado do próprio conceito. Estas formas são
como que as quatro cabeças ou os quatro liames da mediação. Diz-se que a diferença é
"mediatizada" na medida em que se chega a submetê-la à quadrupla raiz da identidade e da
oposição, da analogia e da semelhança. A partir de uma primeira impressão (a diferença é
o mal), propõe-se "salvar" a diferença, representando-a e, para representá-la, relaciona-la
às exigências do conceito em geral.
(...)
Gilles Deleuze in Diferença e Repetição
Nenhum comentário:
Postar um comentário