domingo, 1 de julho de 2018

UM GRANDE AMOR

Um grande amor é físico. Mesmo espiritual, ele é físico.Vem da alma, vem de almas errantes em terras inexploradas. Insinua-se à beira do tempo, à beira do corpo, sorvendo líquidos, calores e aproveitando o fino dom da vida. O de viver. Um grande amor é trágico, não por ser triste, mas por ser radical no corte da carne exangue. Bebe a seca e seca a boca. De nada adianta ouvir músicas dolentes, nostalgias, cantares eternos, discursos poéticos, se ele não é vivido na linha do tempo. Que passa. E não volta. Mesmo. Um grande amor é costurado em pequenas coisas. Seus efeitos adentram o lugar mais seguro da Terra e o não lugar da loucura mais longínqua. E bela. Não sei se alguém saberia vivê-lo, exceto num coração aos pulos e ao ritmo das canções sem dono. Talvez assim, a madrugada seja promessa do dia. Para sempre.

A.M. 

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