ÉTICA DO CUIDADO : PARA ALÉM DO TRATAMENTO
Como é óbvio, o estado de saúde de alguém não se restringe ao bom funcionamento do organismo. Isso seria por demais simplista e até mesmo a OMS percebe ao defini-lo como "bem-estar bio-psico-social".Ainda que verdadeiro, esse enunciado estanca num nível abstrato (irreal) se não experimentarmos como funciona em práticas sociais. E mais, quais seriam as implicações subjetivas tanto para o paciente quanto para o técnico em saúde? Segundo tal linha de pensar, o tratamento em saúde refere-se antes de tudo à prevenção de doenças do que para a obtenção da cura. isso remete a opção "tratar a sociedade". Apesar de pertinente, tal amplitude foge aos objetivos do texto. Por isso usamos o conceito "ética do cuidado" substituindo ao de"ética do tratamento". Tudo muda. A "nova" ética passa a ser a do aumento de força ( potência) de existir, o que acontece (ou deveria acontecer) no Encontro entre o técnico em saúde e o seu paciente. Como oposto, haveria a redução da força (potência) de existir inscrita como "digital" da pratica em atendimentos serializados, mecanizados, padronizados, etc. Resumindo, a ética do cuidado vê o invisível. A ética do tratamento não vê o invisível porque o seu método não foi feito para isso, sendo cego para captar afetos. Ora, estes é que são o invisível. Pense: será que alguém já viu a angústia ou a fobia de um paciente como imagens projetadas no écran de uma RNM de crâneo?
A.M.
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