domingo, 6 de outubro de 2013

LOUCURA DO VIVER 

A experiência da loucura não se expressa por signos significantes.Ela transporta regimes semióticos mistos.No caso da chamada "esquizofrenia", o paciente afunda num "não dizer" ao mesmo tempo dizendo incompreensibilidades. Mais ainda,revela-se um "fracassado do eu" pois não chega a identificar-se, exceto como doente cadastrado pela ordem dominante (não só a da psiquiatria...).Desse modo, o que chamamos EXPERIÊNCIA DA LOUCURA, conforme consta na apresentação desse blog, é a  produção incessante de universos existenciais móveis, insólitos,a-significantes, clandestinos, o que podemos chamar de devir. Devir é produção sem forma. Ou melhor,sua forma (se podemos chamar assim) é a consistência dos afetos postos em ação no jogo dos acasos. Todo o campo da Arte é composto por multiplicidades que dão conta dessa aventura e desse risco.No entanto, não a Arte-monumento ou a Arte-mercadológica,mas a Arte como ARTIFÍCIO do viver.Mais ainda, não só a multiplicidade-arte, mas uma Multiplicidade que contagia outras multiplicidades, operando em expressões semióticas infinitas: a filosofia, a política, a clínica,as relações institucionais,o socius, o grupo,a tecnologia, etc, compõem a loucura como singularidade.Portanto, não há fórmulas mas estilos, estratégias, éticas e estéticas.  

A.M.

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