ROTINA DO MEDO

Dos dois lados da fronteira, tensão e medo. Nos últimos dias, palestinos de Gaza e israelenses vizinhos ao território têm compartilhado os mesmos sentimentos — tendo como pano de fundo as explosões de foguetes disparados . A palestina Azza S., de 40 anos, mostra as mãos tremendo para explicar como os seis filhos se sentem:

— Choram muito, reclamam do barulho e não conseguem dormir — conta ela, moradora de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, fronteira com o Egito.

Hoje, Azza viajou até a outra ponta de Gaza e fez algo que poucos palestinos podem fazer, principalmente nos últimos dias: cruzar a fronteira com Israel. Antes mesmo do atual conflito entre israelenses e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, há quatro dias, Azza tinha hora marcada para tratamento de uma doença rara no Hospital Hadassah, em Jerusalém. Só palestinos com problemas de saúde têm conseguido passar pelo Posto de Fronteira de Erez. No outro posto, de Kerem Shalom, passam apenas mantimentos básicos, como comida, gasolina e remédios.

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Fonte: Daniela Kresch, O Globo