PSQUIATRIA DEPRESSIVA
(...)Tudo é cérebro como origem.Trata-se de um reducionismo fabricado em nome da razão médica. Ao inverso, buscamos detectar afetos sutis que só se expressam (grosseiramente) como depressão, e daí se inscrevem num rebaixamento da vitalidade. Isso pode ser a depressão como a“doença” ou tão apenas uma síndrome ou uma reação depressiva às circunstâncias sócio-metafísicas. De todo modo, o encontro com os afetos busca a intensidade dos mesmos a partir das condições subjetivas do paciente. Qualquer um pode deprimir à medida em que vivencia a cultura da culpa inscrita na carne. Somos todos cristãos e deprimidos.O paciente traz o humor como um dado que muitas vezes lhe foi inculcado: “sou bipolar”. Trata-se de um processo de subjetivação psiquiátrica que se impõe como verdade diagnóstica. Devires são cortados. O humor hipotímico“evolui” para um grau de vitalidade compatível com a doença psiquiátrica: ausência da vontade de viver. Ora, como recusar o grito desesperado do paciente?
(...)
A.M.
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