PSICOFÁRMACOS, AINDA
Organizando a questão:
1- Os psicofármacos são avanços tecno-científicos inquestionáveis; mas isso é insuficiente; e o uso clínico? 2-O problema é, pois, o da clínica: prescrever fármacos de modo punitivo, em excesso, sem diagnóstico, ou com diagnóstico errado; 3-Ou prescrever fármacos quando a indicação é a psicoterapia; 4-Ou prescrever fármacos quando nem a psicoterapia é indicada. 5-A visão e a prática farmacológica são tributárias de uma epistemologia mecanicista, portanto, limitadíssima na apreensão da vivência do paciente; 6-Em face da inserção de poder da psiquiatria, a insuficiência dos fármacos transforma-se em danos reais ao paciente, naquilo que chamamos de psiquiatrização subjetiva. 7-Nos casos (principalmente neuroses) em que os fármacos atuam junto à psicoterapia, eles podem maquiar os problemas reais. É que atuam sobre o sintoma e não sobre a experiência do sintoma. 8- Uma obviedade: de um ponto de vista macropolítico os fármacos atendem aos interesses da indústria farmacêutica internacional e das farmácias comerciais. 9- O capitalismo mundial integrado (CMI cf F. Guattari) necessita de psicofármacos para aperfeiçoar seus mecanismos de sujeição e controle. 10-Casos graves e gravíssimos em psicopatologia muitas vezes se beneficiam com os fármacos. Esta passa a ser uma das únicas linhas terapêuticas no cuidado ao paciente.
A. M.
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