sábado, 19 de abril de 2014

A DOENÇA-HOMEM

Entre as forças mortíferas que massacraram e massacram o desejo na história da humanidade, há muitas, tantas, tantas mesmo que não caberiam neste pequeno escrito.Mas, como não citar, pelo menos, a Religião, o Estado, a Escola e a Família? A sensualidade, a alegria de viver os Encontros, a arte de criar, criar a si mesmo, criar uma Ciência, uma ciência menor, atenta aos devires, a generosidade para além das fronteiras mesquinhas do Estado-nação, o acontecimento-amar, o sentimento de cidadania terráquea, o salto sobre o abismo do Nada, a  aliança com a Natureza (que somos nós), a prevalência da ética sobre a política, a política como substituição dos rebanhos humanos e dos zumbis vagando pelas superfícies do mundo, por subjetividades múltiplas, enfim, tudo isso e muito mais é capturado por forças que estão por toda a parte, nem sempre visíveis, mas sempre atuantes e devastadoras. Elas constituem o Inconsciente representativo, edipiano e molar que trabalha no interior de todos nós. Nem falaremos das matanças explícitas de milhões. O fato inequívoco é o de que basta alguém querer, basta alguém ir indo, basta alguém querer experimentar por sua conta o Milagre da vida, para que o Muro se mostre como fronteira não ultrapassável da racionalidade mais torpe, arrogante e sedutora. No nosso caso verde-amarelo, o Brasil avança... para onde? Para onde, José?

A.M.

Um comentário:

  1. Muitas comparações este últimos quatro anos, lembro-me de cada palavra,e de cada uma delas Um exercício da memoria todos os dias.Se tiver que repetir essa estoria para alguém,repito mil vezes com riqueza de detalhes.

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