FACE DA LOUCURA
(...) porque haveria de me pintar como sombra e imagem numa definição quando estou diante de vossos olhos e me vedes em pessoa?
Sou eu mesma, como me vedes. E que necessidade haveria de vô-lo dizer?
O meu rosto já não diz o bastante?
Se há alguém que desastradamente se tenha iludido, tomando por Minerva ou pela Sabedoria, bastará olhar-me de frente para logo conhecer-me, sem que eu me sirva de palavras, que são a imagem do pensamento.
Não existe em mim simulação alguma, mostrando por fora o que sou no coração. Sou sempre igual a mim mesma
(...)
Erasmo de Rotterdam in Elogio da Loucura
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