Trecho de resenha do livro "Os Bestializados", de José Murilo de Carvalho
José Murilo de Carvalho em seu livro “Os Bestializados: O Rio de Janeiro e a República que não foi” como o próprio título já diz, traz à tona a discussão acerca do período republicano na cidade carioca, capital do Brasil na época, apontando que “havia algo mais na política do que simplesmente um povo bestializado”. Que povo era este, qual seu imaginário político e sua prática política, serão os estudos deste livro.
Na introdução do livro, José Murilo disserta sobre o problema do relacionamento entre o povo (cidadão) e o Estado, o cidadão e o sistema político, o cidadão e a própria atividade política. Essa dificuldade de relacionamento pode ser explicada, por exemplo, pela tendência maniqueísta do Estado como vilão, responsável pela inexistência da cidadania. No entanto, José Murilo considera que o cidadão e o Estado são uma via de mão dupla - pois um sistema de governo precisa da legitimação do povo, mesmo se essa legitimação for apática - embora não necessariamente equilibrada.
José Murilo escreve sobre o fato do povo não ter tido participação na Proclamação da República. Essa afirmação do autor mostra que a transição do período monárquico para a República, que teoricamente deveria trazer o povo para a atividade política, fica, de fato, apenas na teoria. Além disso, ainda na introdução, o autor dá um panorama geral sobre o que será abordado nos capítulos seguintes do livro.
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Taciana Barreto
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