sábado, 22 de novembro de 2014

IMPESSOAL

O que se chama de "pessoa" é uma designação de origem cristã. Essencialmente busca formatar as multiplicidades desejantes que circulam livres no corpo. Ora, ser considerado uma "boa pessoa" ou uma "pessoa normal" é um dos objetivos do Senso Comum, instituição poderosa à serviço dos modos de subjetivação estáveis. Ele conta com a gregariedade do ser humano (gostar de ser amado, administrado, cuidado, etc) para convencer. E convence. Contudo, numa clínica da diferença em psiquiatria, há um completo desprezo por tais conceitos que, é claro, implicam em práticas concretas. Assim, para além de um conformismo clínico , teoricamente raso, embutido e adotado pelo universo psi, o paciente é visto como multiplicidade querendo se expressar, produzir, inventar a si e ao mundo. Não é fácil...

A.M.

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