terça-feira, 18 de novembro de 2014

QUEM PRECISA DE QUEM?

A psiquiatria e as psicoterapias necessitam mais do seu paciente que o contrário. Tal enunciado, no mínimo estranho e desconcertante, tem sua "razão de ser" no funcionamento do círculo do capital. Conforme Marx demonstrou, o capital, (operador semiótico hegemônico), é ávido pela manutenção ad infinitum do circuito produção-consumo-produção. Isso constitui o universo delirante da realidade contemporânea. Ele atravessa as linhas da subjetividade,mesmo as ditas "normais", produzindo a crença inquestionável de que nada existe ou existirá para além dos axiomas (princípios ossificados) da civilização moderna. No caso da psicopatologia clínica, assistimos a dois fenômenos correlatos. Num,o seu desaparecimento , caso da psiquiatria bio-cidológica, filha bastarda da neurociência. No outro, o seu endurecimento (reificação) conceitual, caso da psicanálise e das psicoterapias aliançadas e expostas no mercado.

A.M.

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