NO RIO
400 FAMÍLIAS VIVEM EM CONDIÇÕES INSALUBRES
400 FAMÍLIAS VIVEM EM CONDIÇÕES INSALUBRES
Como quem recebe uma visita, Walquíria Aparecida Tinoco, de 31 anos, vai mostrando o apartamento onde vive, numa invasão de um conjunto de prédios em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. No lugar do banheiro, um cômodo vazio. A família usa um balde ou sacos plásticos para suprir a ausência da privada. Com um baldinho, tem-se algo que lembra um banho. Na sala, há apenas uma pia e, sobre ela, restos da janta do dia anterior e legumes que ainda serão preparados para o almoço. Não tem geladeira e, na hora de mostrar o fogão, ela retira de uma bolsa um fogareiro à base de álcool.
Com os dois filhos, Walquíria chegou ao conjunto Jambalaia há dois anos. Assim como ela, cerca de 400 famílias vivem no local junto a uma montanha de lixo, esgoto a céu aberto, porcos e cavalos. São seis prédios localizados entre a Avenida Manoel Caldeira de Alvarenga e a Rua Valdemar Medrado Dias. Um deles está interditado por ficar sobre um brejo. Os outros têm a estrutura danificada. Buracos entre as juntas nos corredores, vão do elevador sem qualquer proteção, trepidações e fiação de alta tensão passando por dentro dos cômodos são alguns dos riscos enfrentados por quem não tem para onde ir. Parte de um prédio chegou a desabar em 2013, e os moradores usaram cordas para resgatar uma família.
— Viver aqui é uma luta diária. Estamos expostos a tudo — resumiu ela.
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Fonte: Extra Digital, 21/03/2015, 09:48 hs
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