terça-feira, 17 de março de 2015

POEMA DO AEROPORTO

Que ficou de mim nos quartos de hotel?
No verde quintal da infância?
Nas cidades estrangeiras
testemunhas da solidão?

Ah! a indiferença ofensiva das coisas!
A desmemória natural dos homens!
O ataque ininterrupto do Tempo!

Por que não sou  como os marinheiros
que bebem esquecimento?

Antes pertenço
à espécie de pássaros,
que se embriagam de amplidões,
sem que lhes amorteça
o instinto do ninho.

Cassiano Nunes

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