A PSIQUIATRIA FASCISTA
O Movimento da Luta Antimanicomial nasceu junto às lutas políticas no período imediatamente pós-ditadura militar. Era 1987. Ele se alia à chamada Reforma Psiquiátrica e se conjuga ao projeto de implantação do SUS. Desse modo, pensar, hoje, a Luta, é pensar sócio-políticamente as práticas em relação ao paciente. Tal perspectiva nos conduz, não de volta ao passado, mas ao presente, quando forças conservadoras buscam frear o Movimento. Que forças seriam essas? Ora, elas se expressam como poderes nem sempre explícitos, de tal modo estão disseminados, infiltrados em modos de subjetivação atuais. Mesmo o discurso humanista... Citemos, por ora, tão só a psiquiatria. Ela é avessa à lógica anti-manicomial, pois esta se baseia na análise dos fatores PSICOSSOCIAIS na produção de transtornos mentais. A psiquiatria odeia esse tipo de abordagem. Ela quer mais é cidologizar a Vida, receitar seus psicofármacos, tratar bioquimicamente a condição humana (como se isso fosse possível!) e, é claro, manter um status social hegemônico. Estes dados podem ser facilmente verificados na leitura dos textos (palavras de ordem) e atos das associações psiquiátricas, nos departamentos universitários de psiquiatria e suas pesquisas científicas anódinas, na própria fala de psiquiatras promovidos pela mídia e no exercício da clínica psicopatológica, seja no serviço público ou nos consultórios particulares. Um enunciado de mau gosto ilustra tal estado de coisas. Referindo-se à Luta, ele circula nas hostes psiquiátricas, expressando hostilidade e rancor: " esse é o pessoal da LAMA = Luta AntiMAnicomial".
A.M.
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