DEPARDIEU NO RIO
RIO — Suando sob o sol matinal de Copacabana, Gérard Depardieu limpa a testa com um guardanapo, acende um segundo cigarro Gitanes e admite: não gosta mais de atuar. Depois, olha para a xícara de café vazia e faz uma correção. Na verdade, nunca gostou de atuar.
— Não sou ator, não tenho o problema do ator que fala: “Eu, eu, eu” — explica, em entrevista no terraço do Sofitel, horas antes de apresentar um de seus últimos filmes, “Vale do amor”, anteontem à noite, em pré-estreia no Reserva Cultural de Niterói. — Prefiro viver. Demorei para perceber isso. Quando era jovem, meu sonho era saber falar bem. Então fiz muito teatro, mas não compreendia o que eu falava. Criava minhas próprias imagens em cima das palavras. Sou apenas alguém que faz os outros acreditarem em coisas que não entendo, mas das quais traduzo o essencial.
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Bolívar Torres, O Globo, 21/09/2016, 16:36 hs
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