O TRÁGICO É ALEGRE
(...)
Nietzsche crê que só existe uma força
salvadora: a arte. Ela é a única capaz de encontrar de forma criativa um sentido para
existência que em si, não possui sentido nenhum. A própria existência é compreendida
como um fenômeno estético. A tragédia nasce da música e a música dá luz ao mito.
Com a música o artista se expressa como a força do mundo. O conhecimento conceitual
não permite que se entendam as forças por meio das quais a potência universal se
expressa.
O trágico é entendido como um impulso dionisíaco, como algo que deveria ser
vivido intensamente, vinculando arte e vida de maneira indissociável. A música era uma
expressão metafísica da vontade associada diretamente ao aparecimento do trágico.
Dentro da evolução do seu pensamento, a arte passou a ser entendida como um impulso
fisiológico e visceral, e um novo passo foi dado em direção à compreensão do trágico
como vontade afirmativa.
(...)
Luiz Felipe H. Piccoli, A potência do trágico em Nietzsche, Revista Trágica, 2012
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