quinta-feira, 22 de setembro de 2016

MANTEGA EM CANA


A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (22) a 34ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Arquivo X. A Polícia Federal, com o apoio da Receita Federal, mobilizou 210 profissionais para cumprir 49 ordens judiciais. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega é o principal alvo. Ele foi preso temporariamente em São Paulo (cinco dias, podendo a prisão ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva). O ex-ministro foi detido enquanto acompanhava a mulher em um procedimento cirúrgico em um hospital da capital paulista.

O foco de apuração dessa etapa são fatos relacionados à contratação pela Petrobras de empresas para a construção de duas plataformas, a P-67 e P-70, com fins de exploração de petróleo na camada do pré-sal, as chamadas FSPO’s (Floating Storage Offloading).
Em 26/7/2012 o Consórcio Integra Offshore, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, firmou com a Petrobras contrato no valor de US$ 922 milhões para a construção das plataformas P-67 e P-70 (unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência de petróleo voltadas à exploração dos campos de pré-sal).

Investigadores apontam que há indícios de que cerca de R$ 7 milhões foram transferidos, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior para um operador financeiro ligado ao PT e à Diretoria Internacional da Petrobras, já condenado no âmbito da Operação Lava Jato, como forma de pagar pela contratação. Os repasses foram viabilizados mediante a interposição de empresa de fachada, que não possuía uma estrutura minimamente compatível com tais recebimentos.

As investigações da PF revelam que o ex-ministro da Fazenda atuou diretamente com o comando das empresas a fim de negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha do PT. De acordo com as investigações, esses valores teriam como destino pessoas já investigadas na operação e que atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo partido.

O nome Arquivo X é uma referência às empresas do empresário Eike Batista, investigadas nesta etapa.

Bárbara Lobato, Época, 22/09/2016, 09:46 hs

Nenhum comentário:

Postar um comentário