CURSOS E DISCURSOS
(...)
Eu seria incapaz de listar todos os cursos universitários absolutamente ridículos existentes no Brasil. Por exemplo: um amigo fazia a faculdade de quiropraxia numa instituição paulista. Para quem não sabe, a quiropraxia é um tipo de massagem/manipulação do corpo, com ajustes nas articulações. Como paciente, já fui estalado várias vezes. O quiroprático estalava minhas vértebras e braços. Há manuscritos chineses de 2700 a.C. que se referem à manipulação articular. Tive um quiroprático velhinho, de origem nipônica, excelente. Nunca fez faculdade. Para que transformar em curso universitário? Óbvio, para depois regulamentar. Criar uma reserva de mercado. Expulsar dela todos os velhinhos orientais e botar na roda jovens universitários. Seria no máximo um curso de extensão para quem fez educação física. Mas daqui a pouco vão exigir diploma. Quem lucra? As universidades.
Está na hora de fazer o contrário. De tirar a exigência de formação universitária para tantos cursos que poderiam ser técnicos. A formação profissional custaria menos, as pessoas entrariam no mercado de trabalho mais depressa. Mas não, só inventam novos cursos. E criam-se nichos e nichos. Estou com medo. Minha avó fazia um maravilhoso pudim com queijo parmesão. Qualquer dia desses dou a receita nas redes sociais. Serei processado por não ter faculdade de gastronomia?
Walcir Carrasco, Época, 21/02/2017, 16:57 hs
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