MÁQUINAS DE MÁQUINAS
(...)
O esquizofrênico situa-se no limite
do capitalismo: é a tendência desenvolvida deste, o sobreproduto,
o proletário e o anjo exterminador. Ele mistura todos os códigos,
é o portador dos fluxos descodificados do desejo. O real flui. Os
dois aspectos do processo se juntam: o processo metafísico que
nos põe em contato com o “demoníaco” na natureza ou no seio
da terra, e o processo histórico da produção social que restitui às
máquinas desejantes uma autonomia em relação à máquina social
desterritorializada. A esquizofrenia é a produção desejante como
limite da produção social. A produção desejante e sua diferença
de regime em relação à produção social estão, pois, no fim e não
no começo. De uma à outra há tão só um devir, que é o devir da
realidade. E se a psiquiatria materialista se define pela introdução
do conceito de produção no desejo, ela não tem como evitar estabelecer
em termos escatológicos o problema da relação final
entre a máquina analítica, a máquina revolucionária e as máquinas
desejantes.
(...)
G. Deleuze e F. Guattari in O anti-édipo
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