NO FINAL, O ÓDIO
Dois sentimentos permeiam a campanha presidencial no Brasil de 2018 e poderão ser lembrados nos livros de história do futuro. A raiva e o medo forjaram a decisão de uma grande massa de eleitores que vai às urnas neste dia 7 e que, a priori, deve contar com um segundo turno se as pesquisas eleitorais estiverem certas. Se confirmadas, Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT, podem vir a zerar o cronômetro depois deste domingo e disputar os votos de 147 milhões de eleitores para ser o sucessor de Michel Temer no Palácio do Planalto. Bolsonaro vem com ampla vantagem, com 40% dos votos válidos, segundo a última pesquisa Datafolha. Se liquidar a fatura neste primeiro turno ou vencer o segundo, pode se tornar o primeiro presidente evangélico neopentecostal do Brasil.
Haddad, por sua vez, tem 25% dos votos válidos e se conseguir superar o candidato de extrema direita no segundo turno pode simbolizar uma doce vingança para o ex-presidente Lula, preso desde abril deste ano por corrupção e lavagem de dinheiro num julgamento que chamou a atenção do mundo. Até esta sexta, a chance de vitória em primeiro turno de Jair Bolsonaro era de 20%, de acordo com a consultoria Eurasia. Mas se passar para o segundo, a chance de ser o próximo presidente é de 70% de acordo com projeção da corretora Spinelli.
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Carla Jiménez, El País, São Paulo, 07/10/2018, 09:52 hs
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