sábado, 13 de outubro de 2018

QUE SÃO MICROFASCISMOS?

O fascismo, historicamente marcado pelo regime de Mussolini (Itália, 1883/1945), nos dias atuais mostra-se subjetivizado e subjetivizando o leque político direita/esquerda. Aqui não se trata de usar um viés psicológico de análise, ao contrário. É que suas formas de expressão prática englobam pessoas tanto ditas de direita quanto de esquerda. Desaba a distinção Direita/Esquerda como essência ou forma social estanque ou como referência totalizadora e totalitária do pensar político. Há muito adentramos no campo dos microfascismos, termo criado por Félix Guattari no século passado. E o que seriam eles? São modos de existência que buscam a todo custo homogeneizar a realidade, mesmo que para isso necessite barrar a diferença e substitui-la por representações do que é o Mundo. A partir daí, o Mundo é recusado como devir e no seu lugar instituída a Ordem, ou seja, a serialização e normatização do desejo. Viva a morte! é o lema (mesmo não explícito) dos fascismos e por extensão dos microfascismos. É possível exemplificar tal estado de coisas  na direita (o apego à Conserva - o conservadorismo, o horror à mudança) e na esquerda (o apego à transcendência da revolução, o fundamentalismo da pobreza). Há muito mais! Estes são tão só padrões extremos, já que há matizes sutis no meio, clichês (imagens) que servem para exibir a possibilidade de ereção dos microfascismos. Sim, eles nos habitam como pontos de latência... Sendo assim, é fácil para a dita esquerda qualificar o candidato opositor de "fascista". Não que ele não seja fascista, pelo menos sob o discurso de certas minorias, subjetivações libertárias, para dizer o mínimo. A questão não é essa. Por isso é bom não esquecer que as esquerdas tem os seus fascismos de estimação, históricos, interiores, microfascismos incrustados em práticas sectárias sob o disfarce das boas intenções à la Madre Tereza de Calcutá. Os microfascismos vivem no coração de toda a gente, incluindo e principalmente aqueles que se dizem do bem. Neste sentido, o binarismo político atual aniquila o exercício do pensamento como ato de criar. Pena.


A.M.


P.S. - Texto ampliado e republicado.

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