A DIFERENÇA NA SAÚDE MENTAL - V
Sob o peso e as palavras-de-ordem do diagnóstico psiquiátrico, como trabalhar em saúde mental? É bom lembrar que esse diagnóstico conta com respaldo jurídico, o que faz da clínica psicopatológica um território existencial vazado por forças de toda ordem: coletivas, morais, familiares, pedagógicas, religiosas, estatais, etc. Desse modo, uma clínica que utilize um determinado referencial teórico como verdade inquestionável (axioma) acabará por engessar os processos criativos tanto no paciente quanto no técnico em saúde mental. A diferença, como conceito, é a linha de cuidado que norteará ações práticas múltiplas. Não estamos falando de uma clínica restrita às paredes do consultório, mas da clínica como um sistema aberto aos dados (signos) com que o real se mostra.Tudo é linguagem, mas uma linguagem a-significante que servirá de trampolim para a ação. Voltando ao diagnóstico psiquiátrico, ele é útil em pedaços para a construção dos dispositivos de acesso às subjetividades oprimidas. Frente a um paciente que vive na rua, por exemplo, a quem serve ou para que serve o diagnóstico fechado da psiquiatria e ainda por cima por baixo e por dentro encharcado de moral?
A.M.
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